segunda-feira, 2 de abril de 2012

AS IDEIAS QUE MERECEM SER VISTAS



Em uma fase de muita superficialidade digital e de uma criatividade comum e básica, de vez em quando aparecem algumas coisas que merecem ser compartilhadas.

Neste rol de criatividade desinteressada o projeto visual Frame of Mind (Estado de Espírito) de Ben Boutwell e Steven Alan com trilha dos Avett Brothers aparece como uma livre interpretação de vários estados de espírito. 

Vale a pena conferir.




Até mais.

sexta-feira, 16 de março de 2012

NÃO BASTA TER UM CORPINHO BONITO, É PRECISO TER CONTEÚDO.


Sempre acreditei que coincidências não existem, mas ultimamente começo a ter dúvidas quanto a isso. Comecei a desconfiar disso a partir da dificuldade que alguns alunos apresentaram ao desenvolver a identidade visual para uma empresa.

Em geral parte dos alunos acredita que desenvolver uma identidade visual é apenas trabalhar com a criação de uma marca bem resolvida esteticamente e com uma boa solução de aplicação nos mais variados meios. A dificuldade está em compreender o conceito como sendo a ideia central, a essência, que permeia toda a identidade do cliente ou do produto, e que o processo criativo tem por missão identificar isso.

Até ai tudo bem, aliás, ter dúvidas é uma das características do processo de aprendizado.

Mas a constância com que me deparo com pérolas gráficas criadas por “profissionais” atuantes no mercado mostram que as dificuldades são as mesmas apresentadas pelos alunos.

Uma simples busca na internet ou em materiais impressos à nossa volta, pode comprovar essa carência de conceito. Coloco aqui alguns exemplos, até certo ponto bizarros, de projetos com uma solução totalmente infeliz, seja no que se refere ao conceito ou mesmo na solução gráfica oferecida.



Ao ver isso me recordo de uma palestra que assiste quando era aluno de Design, há uns 20 anos aproximadamente, do Alexandre Wollner. Nesta aula aprendi a importância do conceito e como ele deve embasar e estruturar todo o processo criativo, e pude comprovar a sua aplicabilidade na marca desenvolvida para a Eucatex em 1967.




Vale a pena observar como cada detalhe é projetado para representar a essência da marca, isso vale como uma lição para toda a vida profissional. Nada deve ser colocado de maneira aleatória e sem conexão com o todo.

Quem dera um dia todos pudéssemos ter um pouco dessa originalidade e coerência, assim o mercado seria mais justo e não encontraríamos logotipos sendo feitos aos montes em uma linha de produção em série e em troca de alguns míseros trocados.

Até mais. 



quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

E SE TIVESSE ACONTECIDO ALGO ERRADO?

Sempre me perguntei por que o padrão dos contos de fadas era ter um final feliz. Será que a vida é sempre assim?

Depois de ver o trabalho do fotógrafo Thomas Czarnecki, descobri que outras pessoas pensaram isso um dia. Não sou contra a ordem das coisas, pelo contrário defendo a organização e o método acima de tudo, mas no fundo da alma me questiono sobre novas formas de se enxergar o mundo. Vivo fazendo exercícios criativos para oferecer de forma diferente o que já está posto e estabelecido. Isso pode servir de tema para vários projetos gráficos interessantes.

Na série "From enchantment to down" (Do encantamento à queda, em tradução livre) é possível imaginar o que aconteceria se contos de fadas não tivessem um final feliz. Segundo o fotógrafo, o principal objetivo deste projeto é criar um choque de cultura entre a realidade da vida e o imaginário ingênuo dos contos de fadas. Acredito que ele conseguiu, vale a pena conferir no site http://www.thomasczarnecki.com/from-enchantment-to-down.html.
Até mais.
Alice no País das Maravilhas

Chapeuzinho Vermelho






Cinderela

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O CONHECIMENTO DO DESIGNER VAI ALÉM DO PEN DRIVE


Quando perguntamos qual deve ser a maior qualidade de um Designer em geral escutamos o termo “criativo”. Disso não discordo em momento algum, aliás, deve ser uma característica inata do ser humano, e não apenas do Designer.

Mas o mercado costuma ver essa característica com um grau de importância acima do comum, e em alguns casos, até ignora os demais atributos essenciais para o desempenho profissional do Designer.

Quem nunca ouviu um dia a triste afirmação da boca de uma “profissional” do Design: "O meu negócio é criação. Mas a produção gráfica, a impressão e o acabamento, é o tipo de coisa que eu não mexo e que deixo sob a responsabilidade de outra pessoa".

Para quem encara a profissão com seriedade uma afirmação dessas dói no fundo na alma, soa como um insulto. A origem deste fenômeno, que se torna cada vez mais comum, pode ser atribuída a vários fatores, dentre os quais destaca-se a formação acadêmica que foi oferecida para este “Designer”. Encontrar profissionais que conhecem os princípios da produção gráfica tornou-se um achado, quase como acertar na Mega-Sena.

Mas como o que não se sabe pode ser aprendido, ainda existe uma luz no fim do túnel para quem desconhece os princípios da produção gráfica ou quer aprimorar o que já sabe. Acontece no Parque de Exposições do Anhembi em São Paulo, nos dias 12 a 16 de março de 2012, a 3ª Semana Internacional de Máquinas e Equipamentos para Embalagem e Impressão (www.semanainternacional.com.br).

Um evento como este é uma grande oportunidade para conhecer as novidades do setor gráfico, e entender um pouco mais do que acontece com um projeto depois que o arquivo digital sai do escritório. Garanto que muitos clientes irão adorar o resultado deste upgrade técnico oferecido pelo mercado.

Aliás, leve seu cartão pessoal, muitos profissionais aparecem por lá, e é uma ótima oportunidade para fazer networking. Eu estarei por lá e farei um relato nos posts futuros sobre as novidades que estão chegando ao mercado.

Até mais.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

QUANTO VALE MEU TRABALHO?


Para todo Designer iniciante, e algumas vezes para aqueles já estabelecidos no mercado, uma das maiores dificuldades enfrentadas é estipular um valor para o seu trabalho. Temos que admitir o quanto esse assunto é espinhoso, pois ao estabelecer um preço para o nosso trabalho estamos mexendo com valores materiais e pessoais muito delicados e complicados de entender.

No momento de estipularmos o valor de um determinado Job, em geral analisamos elementos palpáveis como horas de trabalho utilizado, o custo da infraestrutura do escritório, a urgência do cliente e etc. Mas também levamos em consideração fatores pessoais nesta decisão, como por exemplo: qual o meu valor no mercado? O quanto estudei para ser o profissional que sou? Qual o valor do conhecimento incluso no meu projeto?

Não fazemos Design sentados na praia e muito menos encostados na árvore da praça, embora muitos acreditem nisso. Falo dessa maneira para observarmos que sempre existirá um custo de estrutura física a ser considerado, independentemente do tamanho, da localização ou da quantidade de trabalho que tenhamos em nosso escritório. Assim, a energia elétrica, a conta do telefone, o cafezinho, a diarista, o condomínio e todos os demais fatores que estão incluídos na manutenção diária do seu escritório devem ser somados, para que se tenha um valor mensal do custo fixo da sua estrutura de trabalho.
Com o valor mensal determinado fica fácil saber o custo diário ou por hora da sua estrutura física.

A este valor deverá ser somado o seu custo, o quanto vale o seu conhecimento que será traduzido em Design. Este valor é determinado pelos aspectos pessoais que citei acima, mas alguns profissionais pensam de forma prática: se estivesse trabalhando numa grande empresa qual seria o meu salário ideal?
Com esta informação se estipula o valor mensal, e consequentemente por hora do seu custo criativo. Volto a afirmar que este quesito é pessoal e só você poderá estipular o valor do seu trabalho e mais ninguém.

Definidos os custos fixos do escritório e da sua hora de trabalho basta somá-los e multiplicar pela quantidade de horas que você, com sua experiência, conseguirá produzir o Job solicitado. Parece simples, mas essa etapa carrega uma série de armadilhas que poderão fazer um trabalho começar de forma equivocada antes mesmo da criação.

Não se esqueça de colocar neste custo total o valor dos impostos, pois ao emitirmos a nota fiscal uma porcentagem significativa do trabalho é taxada pelo governo, e cabe ao orçamento prever este valor.
Boa sorte e até mais.

domingo, 22 de janeiro de 2012

COMEÇO, MEIO E FIM.

Uma das primeiras e mais importantes lições que tive na vida profissional foi perceber que o Design é uma solução completa e abrangente do processo criativo.  Essas lembranças vieram à tona quando li a biografia de Steve Jobs, que relata entre outras coisas a preocupação constante com o Design nos produtos desenvolvidos pela Apple. Logo volto a falar mais disso.
Muitos profissionais, inclusive eu, já passaram pela triste experiência de ser procurados por um cliente para fazer uma “pequena intervenção” em um projeto já existente. Certo dia a Diretora de Arte de uma editora especializada em livros didáticos me solicitou um projeto gráfico para um livro que já estava na fase de arte-final: a casa começou a ser construída pelo telhado.
Foram desconsideradas, neste caso, informações que embasariam o processo criativo ou que deveriam ser tomadas pelo Designer, como por exemplo: público-alvo, formato, tiragem, suporte gráfico, sistema de impressão e etc. Ao agir assim esta editora privilegiou a arte-final e relegou o processo de criação a um segundo plano.
No contato que tive com a criação publicitária aprendi na prática o que só de relance vi na faculdade: utilizar o Briefing como ferramenta capaz de oferecer as informações necessárias para criar projetos gráficos com unidade conceitual e gráfica.

Steve Jobs, fundador da Apple, acreditava que software e hardware deveriam fazer parte de um conjunto harmônico e único, concepção essa totalmente contrária à tendência de parte do mercado de fazer do Design a “maquiagem” do projeto. Essa preocupação e a forte personalidade de Steve Jobs fizeram dos produtos da Apple verdadeiros ícones de Design e eficiência. Só um detalhe: Jobs não era Designer.
A intenção deste post não é falar bem da Apple ou do Steve Jobs, mas sim ressaltar o papel do Design como uma solução criativa e conceitual completa, e não um mero exercício estético. Para isso devemos utilizar ferramentas vindas de qualquer área, além de uma boa dose de bom senso e criatividade.
Até mais. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O DESIGNER TEM CARA?

Esse Blog é o resultado de uma pergunta que me foi feita há alguns anos e que  forçou um grande exercício de análise profissional.
Um certo dia uma aluna da universidade se vira do nada e fala que eu não tinha cara de Designer, de alguém que trabalhava com criação. Confesso que essa pergunta me tirou do sério, o que é raro acontecer. 
Por mais estranha que tenha sido na época, essa pergunta me fez rever alguns conceitos pessoais e profissionais e que resultou na criação deste Blog. Hoje agradeço essa aluna pela pergunta.
Desta forma, pretendo abordar tudo o que acredito que venha a ter a "Cara do Design", o que existe por traz desse "Design" e principalmente eliminar parte dos esteriótipos profissionais existentes no mercado, que aliás é feito de pessoas normais, e que muitas vezes não são designers de formação. O que não é nenhum crime, os melhores designers que conheci são pessoas certinhas demais para muita gente, e o principal, de outra área de formação acadêmica. 
Desta forma espero criar o espaço ideal para que você possa se expressar e assim chegarmos à uma discussão criativa e proveitosa do Design, da Comunicação e do Mercado.
Seja bem-vindo(a).