segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

QUANTO VALE MEU TRABALHO?


Para todo Designer iniciante, e algumas vezes para aqueles já estabelecidos no mercado, uma das maiores dificuldades enfrentadas é estipular um valor para o seu trabalho. Temos que admitir o quanto esse assunto é espinhoso, pois ao estabelecer um preço para o nosso trabalho estamos mexendo com valores materiais e pessoais muito delicados e complicados de entender.

No momento de estipularmos o valor de um determinado Job, em geral analisamos elementos palpáveis como horas de trabalho utilizado, o custo da infraestrutura do escritório, a urgência do cliente e etc. Mas também levamos em consideração fatores pessoais nesta decisão, como por exemplo: qual o meu valor no mercado? O quanto estudei para ser o profissional que sou? Qual o valor do conhecimento incluso no meu projeto?

Não fazemos Design sentados na praia e muito menos encostados na árvore da praça, embora muitos acreditem nisso. Falo dessa maneira para observarmos que sempre existirá um custo de estrutura física a ser considerado, independentemente do tamanho, da localização ou da quantidade de trabalho que tenhamos em nosso escritório. Assim, a energia elétrica, a conta do telefone, o cafezinho, a diarista, o condomínio e todos os demais fatores que estão incluídos na manutenção diária do seu escritório devem ser somados, para que se tenha um valor mensal do custo fixo da sua estrutura de trabalho.
Com o valor mensal determinado fica fácil saber o custo diário ou por hora da sua estrutura física.

A este valor deverá ser somado o seu custo, o quanto vale o seu conhecimento que será traduzido em Design. Este valor é determinado pelos aspectos pessoais que citei acima, mas alguns profissionais pensam de forma prática: se estivesse trabalhando numa grande empresa qual seria o meu salário ideal?
Com esta informação se estipula o valor mensal, e consequentemente por hora do seu custo criativo. Volto a afirmar que este quesito é pessoal e só você poderá estipular o valor do seu trabalho e mais ninguém.

Definidos os custos fixos do escritório e da sua hora de trabalho basta somá-los e multiplicar pela quantidade de horas que você, com sua experiência, conseguirá produzir o Job solicitado. Parece simples, mas essa etapa carrega uma série de armadilhas que poderão fazer um trabalho começar de forma equivocada antes mesmo da criação.

Não se esqueça de colocar neste custo total o valor dos impostos, pois ao emitirmos a nota fiscal uma porcentagem significativa do trabalho é taxada pelo governo, e cabe ao orçamento prever este valor.
Boa sorte e até mais.

domingo, 22 de janeiro de 2012

COMEÇO, MEIO E FIM.

Uma das primeiras e mais importantes lições que tive na vida profissional foi perceber que o Design é uma solução completa e abrangente do processo criativo.  Essas lembranças vieram à tona quando li a biografia de Steve Jobs, que relata entre outras coisas a preocupação constante com o Design nos produtos desenvolvidos pela Apple. Logo volto a falar mais disso.
Muitos profissionais, inclusive eu, já passaram pela triste experiência de ser procurados por um cliente para fazer uma “pequena intervenção” em um projeto já existente. Certo dia a Diretora de Arte de uma editora especializada em livros didáticos me solicitou um projeto gráfico para um livro que já estava na fase de arte-final: a casa começou a ser construída pelo telhado.
Foram desconsideradas, neste caso, informações que embasariam o processo criativo ou que deveriam ser tomadas pelo Designer, como por exemplo: público-alvo, formato, tiragem, suporte gráfico, sistema de impressão e etc. Ao agir assim esta editora privilegiou a arte-final e relegou o processo de criação a um segundo plano.
No contato que tive com a criação publicitária aprendi na prática o que só de relance vi na faculdade: utilizar o Briefing como ferramenta capaz de oferecer as informações necessárias para criar projetos gráficos com unidade conceitual e gráfica.

Steve Jobs, fundador da Apple, acreditava que software e hardware deveriam fazer parte de um conjunto harmônico e único, concepção essa totalmente contrária à tendência de parte do mercado de fazer do Design a “maquiagem” do projeto. Essa preocupação e a forte personalidade de Steve Jobs fizeram dos produtos da Apple verdadeiros ícones de Design e eficiência. Só um detalhe: Jobs não era Designer.
A intenção deste post não é falar bem da Apple ou do Steve Jobs, mas sim ressaltar o papel do Design como uma solução criativa e conceitual completa, e não um mero exercício estético. Para isso devemos utilizar ferramentas vindas de qualquer área, além de uma boa dose de bom senso e criatividade.
Até mais. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O DESIGNER TEM CARA?

Esse Blog é o resultado de uma pergunta que me foi feita há alguns anos e que  forçou um grande exercício de análise profissional.
Um certo dia uma aluna da universidade se vira do nada e fala que eu não tinha cara de Designer, de alguém que trabalhava com criação. Confesso que essa pergunta me tirou do sério, o que é raro acontecer. 
Por mais estranha que tenha sido na época, essa pergunta me fez rever alguns conceitos pessoais e profissionais e que resultou na criação deste Blog. Hoje agradeço essa aluna pela pergunta.
Desta forma, pretendo abordar tudo o que acredito que venha a ter a "Cara do Design", o que existe por traz desse "Design" e principalmente eliminar parte dos esteriótipos profissionais existentes no mercado, que aliás é feito de pessoas normais, e que muitas vezes não são designers de formação. O que não é nenhum crime, os melhores designers que conheci são pessoas certinhas demais para muita gente, e o principal, de outra área de formação acadêmica. 
Desta forma espero criar o espaço ideal para que você possa se expressar e assim chegarmos à uma discussão criativa e proveitosa do Design, da Comunicação e do Mercado.
Seja bem-vindo(a).